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segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

PERMISSIVIDADE

Era tudo o que não precisávamos viver:
controvérsias e polêmicas sobre o ataque
de oito de janeiro de 2023. Por que? Por 
que exaltamos o mais grotesco e absurdo,
o mais obscuro e baixo do que aconteceu
em uma página infeliz da nossa história
mais recente?

Sinto tristeza, pesar e desânimo em dizer
que grupos deliravam em uma conspiração
de ódio e terror, em uma confusão de fatos
históricos duvidosos para alguma parcela da 
pulação brasileira.

Há uma narrativa circulando nas redes sociais
de que o quebra-quebra acontecido nessa data
nas sedes dos três poderes em Brasília foi 
um ato produzido pela esquerda para incriminar
os grupos acampados nos quarteis compostos
por cidadãos de bens, pacíficos e amorosos,
os chamados patriotas.

Quanto mal estar depois desse sucedido, 
quanta energia gasta ao que poderia ter sido
evitado? Para que dá combustível à vingança
a ao rancor de uma violenta manifestação
contra as instituições do país? Quando a única
coisa que se espera é justiça e paz, palavras
estas aparentemente antagônicas nos dias hoje.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

ILHÉUS

A tarde chega com o sol se pondo atrás das mansões 
do Morro do Pacheco, com a mata de suas encostas
sendo destruída para dar espaço a construção de um 
novo empreendimento imobiliário.

Será que isso é devido a inexistência de um plano diretor
atualizado, ao descaso do poder público juntamente com
a classe rica e influente da cidade, "da força da grana que
ergue e destrói coisa belas" como na música Sampa?

Talvez isso aconteça porque todos estejam voltados demais
para as suas próprias vidas e falte uma coordenação 
coletiva que abarque as instituições e valores civilizatórios,
ou simplesmente a sensibilidade comum de realizar obras que
integrem a população ao meio ambiente e a proteja.

O fato é que o progresso coletivo não chega a essa cidade
com vocação turística por natureza graças a cultura do 
cacau imortalizadas nas obras de Jorge Amado e Adonias
Filho.

Todas as noites avisto uma grande coruja sobrevoando
o bairro da Cidade Nova, assim como a cada início da
manhã e fim da tarde ouço o canto dos passarinhos.

A verdade é que as ruas tem buracos por onde passam 
ônibus transportando turistas dos cruzeiros que atracam
no porto, há problemas de drenagem após um chuvarada
quando os passeios das avenidas se tornam margens de
lagos e rios.

Pobre de mim que não entende porque seus habitantes
permitem que uma cidade histórica e rica seja maltratada
com sorrisos de políticos locais, deve ser para dar boas 
vindas aos visitantes. 


terça-feira, 2 de janeiro de 2024

ASTRONALTA

Olha, todos os meus planos para o final do ano
foram por água abaixo. Ao menos é o que parece
ter se tornado a vida nesses últimos cinco dias. 

Talvez eu estivesse sendo exigente demais sem
considerar as contingências provenientes das festas,
encontros sociais, consumo de álcool, noites perdidas
e ausência de rotina.

O importante nessas condições é não ter perdido
a cabeça ao navegar pelo espaço sideral e saber
aterrissar na terra certamente sem crises ou desesperos
por ter passado um tempo longe daqui. 

Afinal está tudo sob controle na medida do possível
é claro. Pois não cometi nenhuma loucura como contrair
dívidas exorbitantes provenientes de farras infindáveis
ou sofri golpes dos mais variados que geralmente rolam
nessas datas festivas. 

Confesso que gostaria de esquecer das obrigações e 
responsabilidades por mais alguns dias, continuar na 
alegria dos encontros, ter acertado na mega-sena para
de fato começar uma vida nova. Mas como só o ano 
mudou porque o resto continua igual, portanto, mãos à obra.